segunda-feira, 15 de maio de 2023

eu pedi pro universo pra me apaixonar. faz uns meses, estava aguardando, mas pedi pra que fosse recíproco. 

aí, acho que me apaixonei, ou me encantei, no lugar mais absurdo que poderia imaginar. pela pessoa que eu poderia ter conhecido há anos, mas que nunca cruzei antes. eu ainda não sei se é recíproco, mas eu me deparei com sombras minhas nesse processo: de não me achar merecedora da reciprocidade. 

isso me assustou, pelo menos tenho alguma consciência, espero me resolver comigo mesma enquanto é tempo, é muito pedir pra outra pessoa prover esse tipo de coisa- de tentar suprir todas as nossas nóias e traumas, não é saudável. e como pedir uma relação saudável, uma pessoa saudável, se você mesma não é?

enfim, apenas reflexões, espero que role, espero que eu me cure, espero que seja saudável.

terça-feira, 2 de maio de 2023

coragem não é o oposto do medo

pensei em escrever nesse aniversário, sobre o tempo. o tempo que cura, o tempo que coloca tudo em seu devido lugar, que é capaz de trazer soluções para as situções difíceis, que promove encontros, encerra ciclos. sem dúvida a passagem do tempo é mágica, eu sou testemunha (és um senhor tão bonito), confio.

acho que nesse novo ciclo preciso falar sobre a coragem. não sobre a coragem de fazer coisas loucas sem pensar demais (essa tbm), mas a coragem de bancar quem eu sou. o próprio guimarães rosa no alto de sua sabedoria escreveu que "o que a vida quer da gente é coragem". 

ter coragem de ser mal vista, coragem de desagradar, coragem de não ter que me justificar, de sustentar as minhas escolhas, coragem de ver, sentir e cuidar das minhas dores. coragem de arriscar os sins e lidar com os nãos, coragem pra exaltar as alegrias, sustentar os desejos, de correr os riscos. coragem de compartilhar com quem me acolhe, de atravessar e ser atravessada pela vida. coragem de bancar os meus projetos: é isso que eu desejo para a minha 32* volta ao redor do sol.

por último: ouvi uma coisa linda ontem - que o maior sintoma de vida é a transformação. concordo e acho que pra isso acontecer a gente tbm tem que soltar as rédeas imaginárias do controle, dar espaço pra vida nos surpreender, giramos. 


terça-feira, 18 de abril de 2023

uma viagenzinha

eu li e minha chefe confirmou: escrever é mágico. não tenho tanta certeza, mas sei que tenho vontades súbitas de escrever, às vezes. começam a me aparecer frases, fragmentos, eu vou anotando as ideias nos cantos dos cadernos, na folha sulfite rabiscada, mando pra mim mesma no meu grupo no whatsapp e escrevo nos azulejos da cozinha o que me aparece. costurar tudo isso já é um outro processo, um pouco mais complicado, eu resisto mais, inclusive. as coisas que me vêm são tão pessoais... até tenho vontade de compartilhar com o mundo, mas aí penso mais um pouco e chego à conclusão de que me expor demais e me colocar tão vulnerável pode ser um erro. será? sei lá.

vou fazer 32 anos em breve - daqui duas semanas e meia, acho que sempre que faço aniversário a crise bate, mas nesse tá batendo por mil motivos: sensações nunca experimentadas (porém olhadas), 3 anos sem férias (mas daqui 2 dias tiro finalmente), a saúde um tanto fragilizada, uma possível cirurgia, histórias que gostaria de esquecer que ainda estão em aberto. 

eu sei que li a melhor definição de coragem um dia desses: coragem é não ter medo de sentir medo. essa é a melhor definição que já li. tô indo, mesmo com medo, enfrentando o que precisa ser enfrentado. gostaria de não precisar, mas é preciso encarar, é preciso olhar pro medo. em dois anos e meio de análise descobri um bocado de coisas sobre mim, e desconheço outro bocado (talvez a gente nunca descubra tudo, pq segundo a minha psico, nós mudamos o tempo todo, estamos em movimento com o mundo), mas tenho sido um pouco mais gentil comigo, quero ser mais, inclusive. vejo as pessoas olhando com tanta gentileza pra mim, eu olho as pessoas com tanta gentileza também, pq essa criticidade comigo mesma? a moça que fez aula de tricô comigo esse mês, me viu em 6 aulas e repetiu mais de 1 vez que eu era uma mulher tão livre e ela comentava como me admirava por isso. eu não consigo me ver assim, embora eu ache demais essa imagem que ela criou na cabeça dela sobre mim. será que ela é gentil demais ou eu que sou tão dura comigo mesma? tá aí algo que eu reflito há anos e pelo jeito continuarei refletindo.

mas eu sigo aprendendo algumas coisas: que relações acabam, a me perdoar, a ter dúvidas, a ter certezas, a tomar algumas decisões que antes  eu terceirizava (acho que entendi finalmente que eu sou responsável pelas minhas ações (benção e maldição)), a errar, acertar, retomar relações, assumir erros, assumir riscos, aprender coisas novas, gostar do mistério, gostar dos encontros que só o acaso é capaz de proporcionar, sigo aprendendo a perdoar e a me perdoar. tentando não ficar onde não me cabe e onde não me sinto feliz. gosto das trocas e tenho cada dia mais certeza de que a gente não tem controle de praticamente nada (isso é tão bonito e tão desesperador). e gosto de pensar que a vida no fim, é esse palco de acontecimentos: "as coisas acontecem de uma hora pra outra, mesmo que demorem a vida inteira para acontecer".


quinta-feira, 2 de março de 2023

lugares inusitados - escrever é falar?

o único jeito que encontrei de falar é escrevendo. 

em blog - despejando toda a minha frustração nesses textos, em e-mails - que provavelmente nunca vão me responder, em sms - que talvez nunca cheguem, em azulejos com poscas - que vão fazer parte da decoração por algum tempo, em post-its - que vou deixar nos quatro cantos da casa e nunca mais vou reler, em bordados - que vou pendurar na minha sala.